domingo, 28 de setembro de 2008

Festival Islâmico al-Mossassa


Decorre em Marvão, de 3 a 5 de Outubro o Festival Islâmico al-Mossassa, celebrando assim a fundação do seu castelo, no século IX, por ibn Marwân, de quem tirou o nome.

عبد الرحمن بن مروان بن یونس

ʿAbdu r-Raḥmān bnu Marwān bnu Yūnus, também conhecido por "ibnu l-Jillīqī" (filho do Galego, designando "galego" qualquer habitante do Norte cristão) era um muwallad, um descendente de não muçulmanos, que, em 868, se revoltou contra o emir de Córdova, liderando um exército de moçárabes e muwallad. Um dos seus bastiões foi a vila de Marvão, cujo castelo construiu no cimo do monte, em cujo sopé se situou a cidade romana de Amaia.

O programa é aliciante!

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Cursos 2008

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O ano lectivo começou, e o CLi retoma também a oferta de cursos. Os interessados na língua Árabe (e não só!) deverão contactar o CLi através dos contactos disponíveis na sua página, de modo a obter informações mais concretas. No caso do Árabe, poderão também contactar-me directamente.

Arabian Love Poems


Nizar Qabbani (é assim a transcrição correcta) é um dos poetas mais populares das letras árabes. Nascido em Damasco em 1923, morreu em 1998, em Londres.

Esta edição reúne poemas de temática amorosa, talvez o aspecto que mais notabilizou Qabbani. Os poemas são apresentados em versão bilingue, com a particularidade de o texto árabe não ser tipográfico, mas manuscrito (e vocalizado) pelo próprio Qabbani. Embora isto possa trazer dificuldades a quem está menos familiarizado e treinado na escrita árabe, não deixa de ser uma mais valia importante.

Nizar Kabbani, Arabian Love Poems. Full Arabic and English Texts. Three Continents Press, 1998

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Les Quarante Hadiths - الأربعون النووية


As hadith (حَديث ج أحاديث) são breves relatos orais que dão conta dos ditos e feitos de Maomé, constituídas por dois elementos: o relato propriamente dito, o matn (مَـتْـن), e a linha de transmissão, 'isnad (إسْناد). A linha de transmissão remonta aos tempos do Profeta, e visa autenticar o conteúdo da hadith.

O Imam An-Nawawi (631-676) recolheu 40 hadith de Maomé, que são editadas por este volume bilingue (árabe - framcês), e com transcrição fonética. O texto árabe está integralmente vocalizado.

Imam An-Nawawi, Les Quarante Hadiths - الأربعون النووية . Dar Albouraq, Beirute, 2005

sábado, 13 de setembro de 2008

Toponímia - Alcaria

A quem anda pelas estradas secundárias das planícies alentejanas não passa despercebida a quantidade de povoações com o nome "Alcaria", ora simples ora, mais comummente, composto. Por exemplo, "Alcaria dos Ruivos" ou "Alcaria dos Javazes". Alcaria é o árabe القرية (al-qarya), do radical قرى , com o sentido de hospitalidade.

قرية ج قرى
[qarya pl. qurān] - aldeia, povoação
Raiz: قرى

Toponímia - Albufeira

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Uma das praias mais bonitas da região de Lisboa é a Lagoa de Albufeira, perto de Sesimbra. O nome deve-se à grande lagoa de água salgada, que comunica com o mar na maré cheia. O aspecto curioso deste topónimo é o seu carácter pleonástico. É que se "lagoa" tem um significado claro para qualquer falante de português, "albufeira" é menos corrente, embora exista como substantivo comum, referindo-se a um lago de água salgada, ou, mais frequentemente, ao lago formado pelas águas contidas de uma represa.

A palavra tem a sua origem no árabe البحيرة (al-buḥayra - lagoa), do radical بحر , que dá também origem ao substantivo بحر (baḥr - mar), de que بحيرة é formalmente um diminutivo com a marca de feminino.

A mais conhecida Albufeira portuguesa é a situada no Algarve, mas esta, a de Sesimbra, é bem mais bonita.


بحيرة
[buḥayra] - lagoa
Raiz: بحر

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Uma viagem ao Gharb al-Andalus . 2


Numa rua de Faro, enquanto procurava uma pastelaria para matar saudades dos doces algarvios e dar uma facadinha na dieta, dei de caras com isto.

Uma viagem ao Gharb al-Andalus . 1

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Passei dois dias entre Mértola e o Milreu. Deixo aqui ligações para as fotografias que por lá tirei.

sábado, 6 de setembro de 2008

E não é que falou mesmo?


Ia eu na rua, aqui em Torres Vedras, com esta t-shirt, quando notei que do outro lado da rua um rapaz num carro estacionado me chamava. Quando cheguei perto dele, perguntou-me se eu sabia o que estava escrito. Quando lhe disse que sim, começou imediatamente a falar-me em árabe. O diálogo foi mais ou menos assim, e eu dispenso tradução:

هو ـ هل تتكلم العربية؟
أنا ـ قليلا
هو ـ أنا مغربي وأنت؟
أنا ـ أنا برتغالي
هو ـ أين تدرس العربية؟
أنا ـ في حامعة لشبونة وفي إنترنت أيضا
هو ـ أأنت مسلم؟
أنا ـ لا

huwa – hal tatakalamu l-ʿarabīya?
'anā – qalīlan
huwa – 'anā maġribīy wa-'anta?
'anā – 'anā burtuġālīy
huwa – 'ayna tadrusu l-ʿarabīya?
'anā – fī jāmiʿat Lišbūna wa- fī 'intirnit 'aiḍan
huwa – 'a'anta muslim?
'anā - lā

Depois perguntou-me se via canais de TV árabes, e porque aprendia árabe. Não me lembro da estrutura frásica que ele usou, e respondi em português, porque no inesperado da situação, e tendo em conta os meus ainda limitados conhecimentos, não era capaz de frases mais complexas. Foi uma experiência muito curiosa, fiquei muito contente por ter conhecido uma pessoa nova, e por ter conseguido acompanhar o diálogo em árabe.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Modern Arabic Short Stories

السلام عليكم يا أصدقائي كيف حالكم؟

Ronak Husni, Daniel L. Newman (ed.), Modern Arabic Short Stories. A bilingual Reader. Saqi Books, Londres, 2008. ISBN 13: 978-0-86356-436-9

O presente volume reúne 12 pequenos contos de outros tantos autores de língua árabe, de Marrocos ao Iraque. Os editores usaram como principais critérios de selecção a representatividade geográfica, e inexistência de traduções em inglês. Os nomes presentes são de autores consagrados nas letras árabes modernas, com particular destaque para o “Nobel” egípcio Najib Mahfouz (editado em Portugal como Naguib). A edição é, como indica o título, bilingue: na página direita o original árabe, na esquerda a tradução inglesa. O texto árabe não foi editado, respeitando as edições originais. A vocalização é rara, surgindo apenas em casos de eventual ambiguidade. Os editores anotaram, porém, o texto, com notas que remetem para o final de cada conto, desenvolvendo aspectos gramaticais e culturais. O objectivo assumido pelos editores é a utilização destes textos quer em situação de aula quer em aprendizagem autodidacta, e por isso os contos estão organizados de acordo com o grau de dificuldade.